Você já se perguntou como as empresas descobrem o que os clientes realmente querem? Ou como conseguem lançar um novo produto com tanta confiança? A resposta está na pesquisa de mercado — uma poderosa ferramenta para entender comportamentos, preferências e oportunidades. Neste artigo, vamos mostrar um exemplo de pesquisa de mercado como uma cafeteria fictícia, a Sabor & Aroma, usou uma pesquisa de mercado para tomar decisões estratégicas e aumentar suas vendas. Spoiler: deu muito certo!
O cenário
A Sabor & Aroma é uma cafeteria localizada em uma região movimentada de Belo Horizonte. Em funcionamento há 3 anos, o negócio começou pequeno, mas conquistou uma clientela fiel, principalmente no horário da manhã, com seu famoso café coado e pão de queijo artesanal.
Apesar do sucesso, a proprietária, Mariana, percebeu que o movimento caía drasticamente no período da tarde. As vendas entre 14h e 18h representavam apenas 10% do faturamento diário.
Com o sonho de transformar sua cafeteria em um ponto de encontro para o dia inteiro, ela decidiu investigar: O que falta para atrair mais clientes à tarde?
O objetivo da pesquisa
Mariana decidiu fazer uma pesquisa de mercado exploratória e quantitativa com os seguintes objetivos:
- Entender os hábitos de consumo dos clientes à tarde.
- Identificar preferências de produtos e serviços nesse horário.
- Descobrir o que impede os frequentadores matinais de retornarem no período da tarde.
- Validar ideias de novos produtos para o cardápio.
Ela sabia que, para expandir com segurança, precisava ouvir o público antes de investir em novos equipamentos ou reformular o cardápio.
O desenho de pesquisa
Com a ajuda de uma consultoria local e uma plataforma de pesquisa online (como a QuestionPro, por exemplo), Mariana desenhou o seguinte plano:
Público-alvo
Clientes atuais da cafeteria e moradores/trabalhadores em um raio de 500 metros.
Metodologia
- Pesquisa online e presencial.
Um link da pesquisa foi divulgado por QR Code nas mesas da cafeteria, e também distribuído em folhetos nas redondezas. - Amostra estimada:
200 respostas, sendo 150 de clientes já cadastrados e 50 de não-clientes que trabalham ou circulam pela região. - Duração:
7 dias de coleta. - Instrumento:
Um questionário com 10 perguntas, incluindo:- Frequência de visitas à cafeteria;
- Horários preferidos para consumo de café/lanches;
- Razões para não visitar o local à tarde;
- Interesses por novos produtos (chás, sobremesas, lanches rápidos);
- Sugestões abertas.
Principais resultados
A pesquisa trouxe insights muito valiosos. Vamos a alguns deles:
1. Barreiras de consumo à tarde
- 68% dos entrevistados disseram que à tarde sentem necessidade de algo mais leve, como chá gelado ou sobremesas refrescantes.
- 42% apontaram que o ambiente é “muito silencioso” e pouco convidativo no período da tarde.
- 35% gostariam de mais tomadas e Wi-Fi mais rápido para poder trabalhar do local.
2. Interesse por novos produtos
- 61% disseram que gostariam de ver opções como smoothie, bolo gelado e chás naturais.
- 49% afirmaram que voltariam à tarde se houvesse promoções no combo bebida + sobremesa.
3. Perfil de comportamento
- O público majoritário da tarde são jovens profissionais entre 25 e 35 anos que trabalham com home office ou freelancers na região.
- Muitos desses consumidores procuram ambientes confortáveis e inspiradores para trabalhar ou fazer pequenas reuniões.
Decisões baseadas na pesquisa
Com essas descobertas em mãos, Mariana pôde tomar decisões estratégicas com segurança:
Novos produtos:
Foram incluídos no cardápio chá gelado artesanal (limão, hibisco e maçã com canela), smoothie de frutas e um combo de café + fatia de bolo com preço promocional no horário das 14h às 18h.
Melhoria no ambiente:
A cafeteria ganhou novas mesas com tomadas, um reforço no Wi-Fi e uma playlist mais descontraída para a tarde, sem perder o clima aconchegante.
Comunicação direcionada:
A divulgação passou a destacar o novo “Menu da Tarde” nas redes sociais e no e-mail marketing enviado para clientes cadastrados.
Teste de conceito:
Antes de investir em equipamentos para sucos e outros pratos mais elaborados, Mariana criou uma “semana piloto”, oferecendo os produtos em pequena escala e medindo o desempenho.
Os resultados após 30 dias
Um mês após as mudanças, Mariana percebeu resultados animadores:
- O faturamento do período da tarde cresceu 47%.
- A média de permanência dos clientes subiu para 45 minutos (contra 20 minutos anteriores).
- As postagens com o “Menu da Tarde” tiveram 30% mais engajamento no Instagram.
Além dos números, os feedbacks foram extremamente positivos. Clientes elogiaram o novo ambiente, os sabores e a preocupação em ouvir o público. Mariana, inclusive, já planeja uma segunda pesquisa, agora focada em entender o comportamento de clientes aos sábados — quando o movimento ainda é tímido.
Por que esse exemplo funciona?
O caso da Sabor & Aroma mostra que uma pesquisa de mercado não precisa ser algo complexo ou caro para trazer valor. Com um bom desenho, perguntas certeiras e análise estratégica, é possível tomar decisões mais seguras e alinhadas às reais necessidades do público.
Além disso, a pesquisa cumpriu seu papel fundamental: transformar suposições em dados concretos.
Mariana poderia ter apostado em mais cafés ou lanches pesados, mas os dados mostraram que os clientes queriam exatamente o oposto: leveza, ambiente funcional e novidades. E isso fez toda a diferença.
Conclusão
Se você tem um negócio (ou trabalha com marketing, CX ou produto), incorporar pesquisas ao seu processo de decisão pode mudar completamente o jogo. Conhecer seu público, entender seus hábitos e antecipar tendências é um superpoder — e está mais acessível do que nunca.
E aí, que tal se inspirar na Mariana e criar sua própria pesquisa? Use ferramentas digitais, aproveite seu contato direto com o público e teste hipóteses. A resposta que você procura pode estar a apenas algumas perguntas de distância.
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